quarta-feira, 29 de junho de 2011

A Barba

Um reflexo na janela
Olhares cruzados no sem fim
Povoando o céu e a terra de mistérios

Ameaça, carapaça
Sorrisos disfarçados, enfim...
Um gesto singelo
Um dedo nos lábios afastados
Um ou dois beijos cálidos

Milhares de detalhes sem sentido
Sentidos em uma lembrança
No sentido oposto

E uma barba
Preta, falhada, bem aparada
Roçando o rosto suave
Da jovem apaixonada

Paixão entregada
Farsa disfarçada
Mentiras insinceras
Ilusões e esperanças.

Esperança de sentir
Uma vez mais,
Que seja,
A aspereza daquela barba.


Ell Fiscina

domingo, 26 de junho de 2011

Ser ou Dever Ser

Amanhã tenho prova de IED (Introdução ao Estudo do Direito). Já sei a relação entre Direito e Moral, a diferença de coação e coerção, cultura e civilização. Mas aí paro pra refletir. E minha reflexão se dá num clima Shakespeariano (ou Hamletiano): Ser ou dever ser?
Ser quem eu sou, ou dever ser quem eles querem que eu seja?
Ser o que o gosto, ou dever ser o que me mandam gostar?

É melhor parar com as divagações sem sentido e voltar aos velhos livros.

Ell Fiscina

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Viagem de Ônibus

Há uma beleza exótica numa viagem de ônibus. As janelas sujas, as cortinas grossas e enjoativas, as árvores esvoaçantes com a silhueta recortada contra o sol poente. Detalhes insignificantes do beijo mecânico entre os pneus e o asfalto gasto, mas que, manipulados da maneira correta, dariam elementos perfeitos para a mais bela poesia.

Ell Fiscina

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Minha Mente

A minha mente voa pelo céu azul
Saboreando o vento
Atravessando as nuvens
Apostando corrida contra aves e insetos

A minha mente parte para a Lua
Tenta alcançar o Sol
Salta de estrela em estrela
Vai além da Via Láctea.

A minha mente corre pela relva verde
Dança com os animais
Admira a grandeza das árvores
E sobe nas mais altas montanhas.

A minha mente nada nos mais profundos oceanos
Nos rios mais gelados
Nos mais belos lagos

A minha mente canta com as sereias
Brinca com os golfinhos
E luta com tubarões.

A minha mente passa pelo fogo sem se queimar
Desce até o centro da Terra
E descobre os segredos da vida e da morte.

E então a minha mente volta para o meu corpo cansado
Tudo vira uma lembrança distante
Um sonho colorido e vivaz
Do qual algum dia não mais lembrarei.

Ell Fiscina

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Beijos, blues e poesia

Alto da serra. Noite fria. Nós dois estamos aconchegados no só rústico, na velha cabana de madeira, tomando um bom vinho. O som da guitarra de Willie Dixon enche o ambiente, enlaçando nossos doces sussurros de amor; cada nota selada por beijos cálidos, quentes, apaixonados. Um momento eterno na sua transitoriedade.
E quanto a poesia?
A poesia está no eternamente. Está na lembrança. Está na suavidade do cobertor puído. Está no cheiro da madeira envelhecida.
A poesia está em você.

Ell Fiscina

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Beleza

Às vezes eu vejo coisas tão belas que sinto uma dor profunda no peito. Pode ser um rosto, uma música, um poema. Tenho vontade de possuir, de tocar tais coisas. E deixar que a essência da beleza escorra por minhas mãos e penetre no meu espírito. E isso me entristece tanto, pois é um momento tão glorioso, tão... perfeito, que é realmente uma pena que seja tão efêmero.

Ell Fiscina

Apresentação

Esse primeiro post deveria ser uma apresentação. Quem sou eu, aonde vivo, o que faço, o que gosto, o que não gosto, o que me motivou a fazer esse blog... Mas eu não quero falar sobre mim. Esse blog é sobre meus textos e nada mais.
Uma vez me perguntaram da onde eu tirava inspiração pra escrever. Bem, eu não tenho um "muso inspirador". Nunca tive. Se algum dia eu tiver, pode deixar que eu aviso. Metade dos meus textos surgem naquele momento crucial em que você já está deitado, de olhos fechados, esperando a visita de Morfeu. A outra metade me ocorre quando estou tomando banho, ou quando estou no ônibus, na sala de espera do dentista ou na casa da minha avó.
Eu costumava guardar os frutos das minhas divagações em um baú a sete chaves, mas cansei de esconder. Decidi me render e mostrar para quem quiser ver o Brilho Eterno de uma Mente Romântica.

Ell Fiscina

Pequena homenagem a meu grande amigo Neto, que depois de muita insistência da minha parte concordou em me desenhar como uma super-heroína.