segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quer um cigarro?

Te conheço através de um cigarro
Compartilho contigo um cigarro
Nos seus beijos não sei se me agarro
Se me agarro,
Esbarro,
Tiro sarro.

Nossa conversas são puro escarro
Nosso riso, puro acaso.
Amor por acaso.

Sei que foi apenas um caso,
Mas não quero aceitar o ocaso.

Vivo num vazio vaso bizarro.
Vazio porque descobri que nunca te tive;
Bizarro por desejar que fiques.
Vivo!
Vivo sim

E penso o quanto é difícil esquecer de algo que aconteceu num universo paralelo
Eu, você e o vício amarelo,
Num momento de zelo,
Num abraço singelo
Que virou apenas um libelo.

E então, numa fútil tentativa de te esquecer
O que mais posso fazer
A não ser pedir a outro cara um cigarro
E torcer para que ele seja melhor do que você,
Meu caro.

Ell Fiscina

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Saudades

Hoje bateu uma saudade tão forte.
Saudades de casa
Saudades dos amigos
Saudades dos risos
Tenho saudades até mesmo do que não vivi.
Eu paro e penso em coisas que eu queria ter feito, mas não tive coragem
Coisas que eu queria ter visto, mas não tive oportunidade.
Coisas.
Um simples momento borrado, guardado no fundo do meu baú de memórias.
Baú este tão velho e empoeirado que tenho receio de tocar.
Baú este que guarda cada pedacinho de mim e me faz ter cada vez mais saudade.

Ell Fiscina

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Divagando

Hoje me peguei pensando em você. Lembrei dos nossos momentos juntos, das risadas, dos segredos. Cheguei então a conclusão de que nós somos perfeitos um para o outro. Não teria sido ótimo se estivéssemos apaixonados?
Eu não sei se a gente se conheceu muito cedo ou tarde demais. Não sei se estávamos no lugar errado. Só sei que alguma coisa saiu muito errada quando nos vimos pela primeira vez. Um único detalhe poderia ter mudado a nossa história.
Ás vezes eu fico pensando em tudo o que nós poderíamos ter feito juntos. Seríamos como um daqueles casais dos filmes de comédia romântica. Escreveríamos poemas e músicas, assistiríamos filmes, montaríamos uma banda...
É realmente uma pena que a gente nunca tenha se apaixonado perdidamente um pelo outro.
Ou, quem sabe, é realmente uma sorte que a gente nunca tenha se apaixonado perdidamente um pelo outro.

Ell Fiscina

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Bar dos Comunistas

Hoje eu sonhei com uma reunião entre comunistas.
Homens barbudos, voz grossa, um cigarro no canto da boca e um autógrafo de Karl Marx no bolso, sentados nas mesas bambas ou nos balcões sujos. Estão reunidos em um bar qualquer no centro da cidade, trovejando teorias utópicas e reclamando, entre uma cerveja e outra, que a localização do bar estava errada: “Não deveria ser um bar de esquerda? O que a gente está fazendo aqui no centro?”.
Eles discutem sobre política, futebol, novela. Chegam até a fofocar:
“Você ficou sabendo que Che e Fidel estão tendo um caso?” – um jovem historiador perguntou baixinho ao rapaz ao seu lado.
“Pobre Raul, vai ficar arrasado!”
Quem foi que disse que homem não fofoca?
Raramente uma mulher é vista bebendo na companhia desses homens. Não que todo marxista seja machista. É só que poucas mulheres se interessam por tais ideais. Seria muita hipocrisia comprar um vestido vermelho Gucci e um par de sandálias Louis Vuitton e passar horas no salão de beleza pra discursar sobre como o capitalismo é injusto e o que deveria ser feito para melhorar o socialismo de Lenin.
Soube que Deus foi proibido de entrar nesse bar. Eles dizem que o Cara foi barrado porque a maioria não acredita na existência Dele; mas anda correndo o boato por aí de que eles só estão chateados mesmo. Parece que Ele foi visto andando de mãos dadas com aquele cara esnobe, o tal de Capitalismo. Pobre Deus, não sabe no que está se metendo.
Enquanto eu percorria o Bar dos Comunistas, passando pelos banheiros, pela cozinha, observando cada gesto de cada criatura ali presente, percebi uma coisa engraçada. Não tinha garçom. Não avistei em nenhum lugar nada que se parecesse remotamente com um garçom. Tinha só um bartender, que entregava a bebida ou comida e depois traçava, num caderninho, uma linha vertical ao lado do nome do cliente. Só descobri depois que aqueles tracinhos eram o tanto de bebida que a pessoa já tinha comprado. Porque lá eles dividem a bebida igualmente para todos, então há uma quantidade máxima que cada um pode receber. Essa também é a razão para ninguém ter me pagado um drink.
Pena que eu acordei logo na hora que ia começar o “voz e violão”.

Ell Fiscina

terça-feira, 5 de julho de 2011

No More Poetry

Cansei de poesias.
Eu nunca fui muito fã de poemas. Nunca parei pra ler, sei lá, Drummond. O único poeta que eu gosto de verdade, que acompanho todos os trabalhos, não é famoso. Acho que nem poeta ele é. Sei lá. Não sei classificar os textos dele. Eu sei que ele é meu amigo e que escreve muito bem.
Voltando ao assunto: eu gosto das histórias emocionantes, fantásticas, assustadoras e românticas. Eu vivo no mundo do narrador onisciente, do narrador-personagem, do defunto autor. Mundo cheio de heróis e anti-heróis,  bruxas e princesas, índios, fadas, padres. Mundo cheio de aventuras.
Pra mim não basta só falar do sentimento, do quanto eu te amo ou te odeio, usando metáforas bem elaboradas. Eu preciso mostrar esse sentimento, narrar como duas pessoas se apaixonaram ou como viraram inimigos, transformar as ideias em personagens complexos ou vazios.
É isso... Vou voltar a escrever contos.

Ell Fiscina

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Desesperançada


O problema todo é a esperança.
O cara te enche de esperança para, em seguida, pegar uma hanzo e matar a pobre esperança. Ele massacra, sodomiza a esperança.

Ell Fiscina

sábado, 2 de julho de 2011

Preciso de uma Paixão

Preciso de uma paixão. Sim, de uma paixão.
Queria sair por aí procurando meu príncipe encantado, com seu cavalo branco e tudo o mais. Um sonho inocente, infantil,  impossível.
Queria o meu verdadeiro amor, o meu final feliz, como num filme.
Pensando bem, esquece essa história de príncipe. Um plebeu já está bom demais. Ou um guerreiro, quem sabe. Um elfo. Um lorde inglês. Sei lá.
Ele não precisa ser perfeito, nem se achar o tal (mas tem que ser bonitinho... e inteligente). Se ele sorrir, conversar e cantar já está bom demais. O resto que vier é lucro.
O importante é que ele, esse homem nem tão perfeito, me conquiste, seja com flores ou com palavras bonitas. O importante é que ele lute por mim, mostre interesse e queira estar ao meu lado tanto quanto eu quero estar ao lado dele. O importante mesmo é a paixão.

Ell Fiscina